sábado, 31 de dezembro de 2011

CONHEÇO ESSE LUGAR

Antonio Muñoz Molina, em seu blog, assim se refere à administração pública espanhola (na verdade, à administração pública municipal - provincial - espanhola, neste caso, a da Andaluzia): "[…] abundância de pistolões e cargos políticos - 'de confiança', 'de livre nomeação' - que se dedicam sobretudo a viver parasitariamente do dinheiro público e a traficar com palavras: 'unidades de gestão', 'controles de excelência', 'parâmetros', 'perfis'". E continua: "[…] os salários estão congelados, as vagas geradas pelas aposentadorias por invalidez não são preenchidas: mas o delegado provincial da Secretaria de Cultura dispõe de dez assessores de imprensa, todos nomeados a dedo. Numa linha de bondes que bagunçou durante anos as ruas do centro da cidade e que até hoje não funciona a prefeitura gastou cerca de três bilhões de pesetas [o equivalente a dezoito milhões de euros].” Molina não é o primeiro que leio a falar destas mazelas espanholas: Javier Marías também as denuncia corriqueiramente em El País. Triste herança ibérica, essa nossa: Portugal e Espanha são nossos ancestrais políticos. Deles herdamos as manias, os vícios, os desvios. Me pergunto o que teremos herdado de positivo. Há de haver alguma coisa, só não sei o que é...

Nenhum comentário:

Postar um comentário